terça-feira, 31 de março de 2020



Afrodescendência e Artes


Qualquer definição já é problemática e se tratando de artes ainda mais, pois elas perfazem uma significativa parte da cultura, portanto, sempre ampla dada a complexidade de sua abrangência, sobretudo em tempos de transdisciplinaridade. No entanto, uma indicação serve ao menos para balizar o nosso tão irrequieto entendimento.

Artes são expressões de pensamentos e sentimentos, além de ser um convite à transcendência do mero encontro com seu ícone, o objeto, que co-memora, perpetua, critica e põe-nos a pensar acerca da realidade nos obrigando a ser livres na esfera espaço-temporal. Nesta, o estímulo à imaginação (à criatividade), seu exercício por excelência, impele o surgimento de mundos possíveis levando-nos a quaisquer dos três momentos do tempo.

Como símbolo, as artes são registros das culturas às quais pertencem, servindo de fontes de estudo para as mais variadas ciências que dentre muitas finalidades são úteis na reconstituição e no entendimento de culturas. Por isso que, o velho e bom adágio afirma que: a cultura é alma de um povo.

Assim, as artes cumprem distintas finalidades: divulgar, informar, ensinar, educar, fascinar, curar, imortalizar, presentear, transcender estando todos os dias e o tempo todo nos circundando.
E o questionamento surge: como está a alma afrodescendente: diluída, camuflada, invisível, sem identidade? Miscigenada em alguma cultura? E em você? A partir de que critérios os afrodescendentes se reconhecem a si próprios e aos seus semelhantes? E como se definem? Quem são os representantes e propulsores delas? Quantos nomes são possíveis lembrar, citar? Quantos espaços de artes afrodescendentes você conhece? Elas estão presentes na sua escola (em quadros, estátuas, literaturas, etc.)? O docente de artes de sua escola trata dessa temática? São encontradas em espaços públicos? De que forma?

O Candomblé e a Umbanda, religiões afro-brasileiras, são mantenedoras das estéticas afrodescendentes informam e lhe são sua coroação, explorando notoriamente o repertório não-verbal presentes na indumentária, nas danças, nas músicas, nas pinturas, nas esculturas, na arquitetura, na culinária, e demais expressões.

Enfim, eliminemos essa bobagem de alma negra o que existe são elementos e resquícios de culturas africanas que constituem nossas culturas afrodescendentes. Ressalte-se que as artes cumprem um objetivo maravilhoso: o da fruição, não sendo dispensada por nenhuma religião, cultura ou momentos de dores ou de alegrias. Pois, as artes são nossas inseparáveis companheiras.




HÙNNÓ-SERAFIM. Disponível em: <https://outrafonte.com/2020/03/30/hunno-serafim-afrodescendencia-e-artes/>. Acesso em: 31 Mar. 2020.

Prospecto de disciplina eletiva na Escola Integral Cidadã Téc. Mons. Emiliano de Cristo - PB 

Aula Campo no Quilombo do Bonfim Areia-PB


Palestra com Doté Marcilino - 20 Nov. 2019 na ECITEMEC
Doté Marcilino é de Cachoeira-BA

Com a artista afro-guarabirense Camaleoa


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