Afrodescendência e Artes
Qualquer definição já é
problemática e se tratando de artes ainda mais, pois elas perfazem uma
significativa parte da cultura, portanto, sempre ampla dada a complexidade de
sua abrangência, sobretudo em tempos de transdisciplinaridade. No entanto, uma
indicação serve ao menos para balizar o nosso tão irrequieto entendimento.
Artes são expressões de
pensamentos e sentimentos, além de ser um convite à transcendência do mero
encontro com seu ícone, o objeto, que co-memora, perpetua, critica e põe-nos a
pensar acerca da realidade nos obrigando a ser livres na esfera
espaço-temporal. Nesta, o estímulo à imaginação (à criatividade), seu exercício
por excelência, impele o surgimento de mundos possíveis levando-nos a quaisquer
dos três momentos do tempo.
Como símbolo, as artes são
registros das culturas às quais pertencem, servindo de fontes de estudo para as
mais variadas ciências que dentre muitas finalidades são úteis na
reconstituição e no entendimento de culturas. Por isso que, o velho e bom
adágio afirma que: a cultura é alma de um
povo.
Assim, as artes cumprem
distintas finalidades: divulgar, informar, ensinar, educar, fascinar, curar,
imortalizar, presentear, transcender estando todos os dias e o tempo todo nos
circundando.
E o questionamento
surge: como está a alma afrodescendente:
diluída, camuflada, invisível, sem identidade? Miscigenada em alguma cultura? E
em você? A partir de que critérios os afrodescendentes se reconhecem a si
próprios e aos seus semelhantes? E como se definem? Quem são os representantes
e propulsores delas? Quantos nomes são possíveis lembrar, citar? Quantos
espaços de artes afrodescendentes você conhece? Elas estão presentes na sua
escola (em quadros, estátuas, literaturas, etc.)? O docente de artes de sua
escola trata dessa temática? São encontradas em espaços públicos? De que forma?
O Candomblé e a
Umbanda, religiões afro-brasileiras, são mantenedoras das estéticas
afrodescendentes informam e lhe são
sua coroação, explorando notoriamente o repertório não-verbal presentes na
indumentária, nas danças, nas músicas, nas pinturas, nas esculturas, na
arquitetura, na culinária, e demais expressões.
Enfim, eliminemos essa
bobagem de alma negra o que existe são elementos e resquícios de culturas
africanas que constituem nossas culturas afrodescendentes. Ressalte-se que as
artes cumprem um objetivo maravilhoso: o da fruição, não sendo dispensada por
nenhuma religião, cultura ou momentos de dores ou de alegrias. Pois, as artes
são nossas inseparáveis companheiras.
HÙNNÓ-SERAFIM. Disponível em: <https://outrafonte.com/2020/03/30/hunno-serafim-afrodescendencia-e-artes/>. Acesso em: 31 Mar. 2020.
Prospecto de disciplina eletiva na Escola Integral Cidadã Téc. Mons. Emiliano de Cristo - PB
Aula Campo no Quilombo do Bonfim Areia-PB
Palestra com Doté Marcilino - 20 Nov. 2019 na ECITEMEC
Doté Marcilino é de Cachoeira-BA
Com a artista afro-guarabirense Camaleoa





















